Crise na Univasf é debatida na Câmara de Petrolina; vereador cobra explicações da reitoria
Durante a sessão desta segunda-feira (19), na Casa Plínio Amorim, o vereador Diogo Hoffmann, líder da bancada de situação, trouxe à tona a grave crise financeira enfrentada pela Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf). A precarização das universidades públicas no Brasil e a redução dos repasses federais foram temas de um requerimento apresentado por Hoffmann, que também solicitou formalmente explicações da reitoria da instituição, especialmente sobre a unidade sediada em Petrolina (PE).
Em entrevista ao radialista Jotta Júnior, o vereador criticou a falta de prioridade diante da situação orçamentária da Univasf, destacando, inclusive, a recente viagem internacional do reitor à França, enquanto a universidade, segundo ele, enfrenta sérias dificuldades para cumprir contratos, efetuar pagamentos e manter os programas de assistência estudantil. “Não quero criticar a viagem do reitor porque é necessário também, mas é preciso que a reitoria encontre medidas para que os problemas sejam resolvidos”, disse.
Em entrevista exclusiva ao Programa Nova Cidade desta quarta-feira (21), o reitor da Univasf, Télio Leite, confirma a crise financeira na Universidade. “Temos uma luta que completa 10 anos de recomposição de nossos recursos, pois o nosso orçamento não consegue corresponder ao nosso teto de gastos. Hoje trabalhamos mais com menos”.
Questionado pela jornalista, Mônia Ramos, sobre um possível colapso na Univasf, Leite foi categórico “Isso que tememos, parar não vai, mas se continuar com essa medida, vamos ter que reduzir muita coisa”, pontou o reitor.
A principal preocupação levantada é que os recursos disponíveis devem durar apenas até agosto deste ano, o que comprometeria o funcionamento da instituição. O orçamento de 2025 foi reduzido em relação a 2024, agravando ainda mais a situação.
As universidades federais, atualmente, estariam operando com base no regime de 1/18 avos mensais, o que significa que o repasse financeiro que deveria sustentar as atividades por um ano está sendo distribuído para ser utilizado ao longo de um ano e meio, gerando desequilíbrios e ameaças à continuidade das atividades acadêmicas.
O reitor frisou que ao longo dos últimos anos, a Univasf perdeu 60% dos seus recursos e “se esse decreto não for revogado urgentemente, vamos passar por situações bem difíceis nos próximos dias”.
Segundo Leite, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, está consciente da situação e deverá adotar novas medidas na próxima semana.
Sobre abuso nos preços da alimentação aos estudantes no Restaurante Universitário, Leite argumentou que R$ 17,50 é um valor de alimentação normalmente praticado e para estudantes em vulnerabilidade socioeconômica o valor é R$ 1,50.
Resposta ao vereador
Leite pontuou que as pisces políticas na podem sobrepor os interesses administrativa da Universidade e que a missão da Universidade foi em Camarões com escala na França, oportunidade para a troca de experiências e mais informações para a comunidade estudantil. “ Inclusive a única viagem internacional do meu mandato que se encerra em 2027. Reduzimos todas as despesas possíveis, inclusive de viagens que servem para a capacitação e promoção de nossa universidade”, conclui informando que já está prevista uma mobilização em defesa das Universidades.
Amy Ferreira, estagiária de jornalismo