A Codevasf ingressou com uma ação judicial contra o ex-gestor da estatal da 6ª Superintendência, em Juazeiro, Milled Cussa Filho, alegando acusações de assédio moral e obstrução administrativa. No entanto, a medida tem gerado controvérsia sobre sua legitimidade. As críticas se concentram no fato de que as declarações que motivaram o processo foram direcionadas ao presidente da empresa, o que sugere que, se houve ofensa, caberia a ele, e não à Codevasf, ajuizar a ação.
A petição da estatal nega que a exoneração de Cussa Filho tenha sido motivada por denúncias encaminhadas à CGU e ao MPF. A empresa sustenta que a demissão decorreu da participação do ex-gestor em uma reunião com representantes de uma empresa privada e a prefeitura de Campo Formoso (BA), tratando de um convênio sem o conhecimento da direção da Codevasf.
Já na versão de Cussa Filho, o episódio decisivo teria sido o envio de um ofício à prefeitura cobrando explicações sobre irregularidades em convênios firmados. Em contato posterior, ele afirmou possuir “provas de todas as denúncias” e que as apresentará em juízo, caso seja intimado.
A ação judicial levanta questionamentos sobre o uso da estrutura da empresa para responder a um possível conflito pessoal. Não está claro se o processo passou pelas instâncias internas de deliberação, como o DEX e o CONSAD, o que seria necessário para caracterizar uma decisão institucional.
Críticos apontam que o presidente da Codevasf ocupa uma função transitória e não representa a totalidade da entidade, reforçando a importância de distinguir interesses individuais de decisões corporativas.
Sérgio Coelho, novo superintendente interino, já está em Juazeiro, comandando a Codevasf em substituição a Milled Cussa Filho.
Por Amy Ferreira, estagiária de jornalismo